13.4.20

Escalada X Rapel

Fala galera!

O tema de hoje é voltado para a galera que quer conhecer um pouco mais sobre a escalada ou a galera que está começando.



Ah! Serve também para quem já escala há muito tempo e te perguntam se você "faz rapel".
Então vamos começar!


Vamos começar resumindo o que é cada um:

  • Escalada significa subir
  • Rapel, do francês significa 'ação para trazer de volta alguém ou alguma coisa", ou seja, descer.
A história sugere que a técnica foi "inventada" em 1879 por Jean Charlet-Stanton e seus companheiros durante a conquista de um paredão de rocha coberta de gelo e neve em Chamonix, na França.

Com isso podemos dizer que o rapel é uma técnica de descida, tanto é que você pode fazer rapel e não ter necessariamente escalado. Agora você deve estar se perguntando: "Mas como?!". Simples, quem faz prática unicamente do rapel, acessa topo de montanhas, pontes, ou tantos outros lugares altos, na maioria das vezes, pela caminhada.

A técnica de rapel é utilizada por quem faz espeleologia, estudando cavernas; por militares em operações táticas; e também para situações de resgate em altura. Sem esquecer do cascading, que é o rapel em cachoeiras. Em cada um desses, o material utilizado é diferente, bem como o uso de outras técnicas específicas a cada uma, como utilizações de nós para diferentes tipos de ancoragens, técnicas de ascensão, e outras.

A escalada também pode ser feita sem o uso de rapel, fazendo a descida da montanha por trilhas, mas por muitas vezes precisamos utilizar da técnica de rapel para descer de uma montanha, e normalmente é um momento crítico que exige MUITA atenção, principalmente porque estamos cansados e na escalada, na maioria das vezes, não fazemos uma única descida, são diversas descidas, e nessa hora que um acidente pode acontecer, uma distração pode ser fatal.

Para entender que uma escalada pode ter várias "descidas" vamos assumir uma escalada de 120m, com uma corda de 60m, aí você pensa: "Fácil, sobe duas vezes e desce duas vezes", mas não funciona bem assim. Dependendo da época em que a via conquistada não existiam cordas de 60m, fora que não podemos esticar a corda no limite, temos sempre uma sobra. Então subimos essa via com 3 "esticões" de corda, aí você também pensa: "Show, então 3 para descer também!", e vou ter que cortar seu barato e dizer mais uma vez que não é simples assim. Quando fazemos rapel usamos a corda "dobrada", ou seja, temos 30m para "rapelar", e mais uma vez, precisamos de "sobra", então não vamos fazer 4 descidas para não ficar no limite, então se transformam em 5 descidas. Reparem, uma via de 120m com 3 subidas e 5 descidas. São 8 momentos manuseando equipamentos, e cada vez mais cansados, onde a atenção é pré-requisito do início ao fim, independente do nível do escalador.

E nesse momento começa uma certa "richa" entre escaladores e praticante de rapel, pois várias vezes, quando acontecem acidentes com estas duas práticas perigosas, a mídia generaliza e veicula que foram "escaladores", quando na maioria das vezes não é, e com isso dois problemas surgem. Primeiro uma imagem negativa de uma prática esportiva que inclusive estará fazendo parte dos Jogos Olímpicos (e que já faz parte dos Jogos Olímpicos da Juventude), e depois uma divulgação, errada, do que é escalar de fato.

Um grande perigo que existe é a venda de pacote levando grupos para praticar rapel, uma atividade que possui uma regulamentação que muita das vezes não é seguida, colocando em risco a vida de quem comprou esse passeio "radical".

Então, entendam, fazer rapel não é a mesma coisa que escalar. Num você sobe, e no outro desce. Você pode escalar e não precisa, necessariamente, fazer rapel, podendo descer por trilha, como por exemplo algumas vias de escalada no Morro da Urca.

Quando forem praticar qualquer um dos dois, buscarem por uma experiência outdoor deste tipo, procurem conhecer quem será seu instrutor e a experiência dele, e mais, se ele está de acordo com as regulamentações.

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